Dizem por aí que quando uma mulher mexe nos cabelos é porque lá vem uma grande transformação e que essa transformação é do tamanho da mudança no visual.
Se isso é verdade ou não eu já não sei mensurar. Sempre amei mudar meus cabelos, e estava a muitos anos que com eles compridos. Me sinto entrando numa nova fase e chegou a hora de atender ao chamado da Alma. Tomei a decisão de raspar meus cabelos, por questões totalmente espirituais, a muito tempo sentia vontade de fazer isso, e aconteceu numa linda cerimônia Budista, realizada por uma Lama muito amado que conheci em minha tribo Condor Blanco.
Desde então venho me deparando com muitas percepções sobre mim mesma através de meu olhar e sentimentos e também através do olhar das outras pessoas a meu respeito.
Encontrei um texto muito interessante sobre a linguagem corporal e os cabelos femininos (clique aqui para acessar), ao ler esse texto pude entender um pouco de como venho me sentindo desde que raspei minhas madeixas, pois realmente tenho me sentido mais liberta da necessidade de agradar, livre de máscaras, independente do julgamento das pessoas, que são muitos… Cada um tem um olhar e uma reação, alguns óbvios outros nem tanto!
O texto diz que rapar os cabelos era considerada uma punição as mulheres na idade média, além disso elas eram expostas em praça pública para xingamentos. Isso porque os cabelos eram e ainda são considerados um simbolo da feminilidade, e sensualidade da mulher, e priva-las desse poder era uma alta punição.
“Nossa, está em tratamento? ahh que dó teus cabelos eram tão bonitos! Vai passar frio! Meu Deus cadê teu cabelo? Quanta coragem! Te honro por tua coragem! Te admiro! Um dia chego lá! ….silencio…. Estou chocada, desculpa não esperava! Nossa me emocionei! Você está Iluminada! Parece uma Monja! outra…nossa eu já te admirava, agora mais ainda”
E a mais inusitada e engraçada de todas óbvio que só poderia vir de minha irmã:
“Naninha (meu apelido de infância) você pegou piolho?”
Essa ultima tem sido minha resposta aos que me perguntam onde estão meus cabelos…kkkkkk
Todas essas afirmações e reações são espelhamentos de minha própria mente julgadora, e sou muito grata a cada comentário, que me possibilita a auto-observação. Me sinto liberando bloqueios e medos de desaprovação, criticas, etc. Pois não há como correr, não há o que fazer senão mostrar a cara limpa e admitir essa sou eu, não há a fuga da mão no cabelo, ou aquela virada de cabeça mexendo nos cabelos para distrair enquanto pensa na melhor resposta. Me dei conta do tamanho da identificação que eu tinha com minha aparência. Lembrando da lei da impermanência, tudo muda o tempo todo, e a identificação com a autoimagem é uma das grandes ignorâncias do Ego e fonte de muito sofrimento, pois sou muito mais que minha aparência, e meus cabelos.
Sinto aflorar a criança espontânea, genuína, leve e alegre, de riso solto; Sentir isso tudo é libertador, e estou de verdade muito feliz!
“Meu pai sempre dizia: “Não estou aqui pra bonito, nem pra agradar a ninguém.”
Complemento sua frase dizendo: “Eu Lenshari não estou aqui pra bonito, nem pra agradar a ninguém, estou aqui para simplesmente Ser quem Sou!”
“Mudanças irão dar-lhe vitalidade. Mais vivacidade, alegria, energia” ( Osho)
Muita Gratidão pelas bençãos recebidas a Drupon Lama Dorge, esse momento é um instante além do tempo gravado em minha memória pra sempre!
Gratidão a todos meus amigos e familiares pela compreensão e viva as mudanças, em especial a minha amiga amada Fernanda Ranshira pela oportunidade.
Lenshari <3